poetISA

     Bom, não é novidade que estou de férias (graças a Deus), então não estou mais acordando 7h da manhã (graças a Deus também), isso significa que eu acabo indo dormir mais tarde, porém, hoje meu organismo simplesmente se esqueceu de como se dorme. Estava a meia hora rolando na cama tentando dormir e NADA... mas como meus pensamentos gostam de me pregar peças, comecei a lembrar das coisas que aconteceram esse ano, obviamente comecei a chorar porque né... sou eu. Então decidi escrever um texto sobre porque por alguma ironia, é quando meus olhos estão embaçados pelas lágrimas que eu mais enxergo, e eu gosto de escrever quando isso acontece.      O choro começou quando vi uma foto da minha cachorra, Susi (e só de escrever o nome dela as lágrimas voltaram). Então olhei para o lado e vi o tapetinho que ela costumava dormir e eu fazia carinho nela enquanto também adormecia. Lembrar dela, me fez lembrar das perdas que tive esse ano e não somente na minha vida ...

     Desde pequena, escutei sobre o amor. O amor de pai e mãe, o amor de amigos, o amor de Deus, o amor de namorados e tantos outros amores. Porém quando se é pequena, é muito difícil entender a profundidade do amor. Como também é muito difícil não ser curiosa, eu enchia a cabeça da minha mãe com perguntas sobre esse assunto que sempre me cativou.       Uma vez, eu estava gostando de um menino. E me perguntava se deveria falar para ele. No entanto, depois da separação traumatizante dos pais de Lucas, a criança mais estranha da sala, meu maior medo era gostar de alguém para sofrer depois. Então, enquanto minha mãe varria o chão da sala, perguntei:      ─ Mãe, como vou saber que a pessoa que eu gosto é a pessoa certa para mim?      Depois de rir, minha mãe veio com uma explicação bem mixuruca e barata, dizendo:      ─ Filha, é como se você fosse metade de uma maçã e a outra pessoa, outra metade. Quand...

     Dias atrás eu precisei tirar sangue e eu não sou fã do assunto. Não é por medo ou porque dói, mas porque eu sempre passo mal. Quando cheguei ao hospital, vi todas aquelas pessoas saindo de boa depois de terem tirado sangue e eu pensava “meu Deus, essas pessoas precisam comer senão elas vão passar mal”, mas cada pessoa tem um organismo diferente, então elas não passavam mal. Já estava um pouco ansiosa quando chegou a minha vez, mas lá estava eu, 12 horas de jejum, e pensando “vai ficar tudo bem”, repetidas vezes. Estava tudo bem mesmo, mas um minuto depois que o sangue já estava saindo do meu corpo, eu comecei a suar frio, minha boca ficou roxa, eu fiquei branca, meu corpo tremia, meus olhos queriam fechar e tudo estava borrado. A enfermeira ficou fazendo uma coisa louca para me reanimar, mas demorou pelo menos 5 minutos para eu ficar mais ou menos.       Isso acontece comigo desde sempre. Uma vez, estava preparada para tirar o sangue e no...

     Às vezes a bad vem com tudo e tenta deixar a gente lá embaixo, depressivos. Como prometido, vou tentar ajudar com isso. Aí vão algumas músicas dançantes e animadas para espantar a bad, até porque "Quem canta e dança, seus males espanta". Eu ia acrescentar "come" também, mas eu lembrei que as vezes fico na bad quando exagero nos doces. Enfim... são apenas algumas músicas da minha playlist "animar", espero que ajude. Elas não estão em ordem de mais dançante, ou mais animada, na verdade não estão em nenhuma ordem, mas estão aqui para tentar animar vocês. Não tem nenhuma brasileira porque a maioria das músicas brasileiras que eu escuto são de amor ou de reflexão, o que pode nos afundar ainda mais. Em algumas delas, a letra pode não ser tão animada assim, então esqueça a letra e mergulhe no ritmo!  1 - Honey I'm good - Andy Grammer  2 - Blame it on the stars - Andy Grammer  3 - Cheap Thrills - Sia  4 - Toothbrush - DNCE ...

     Esses dias eu estava pensando em como a vida pode ser irônica. Já ouviu a frase “o feitiço virou contra o feiticeiro” ou “o mundo dá voltas”, entre outras? Eu já! Várias vezes. Mas não quero falar de nada muito grande como; se você fez algo de bom você vai receber coisas boas, ou o contrário (talvez eu comente sobre isso em um outro post). A minha reflexão é na verdade sobre algo bem mais simples, a paixão. Aí você pode se perguntar: simples? Pois é... Acredito que seja simples sim, e é isso que mais me chama atenção, porque sendo simples, pode causar um efeito tão grande. Mas chega de enrolação e vamos à reflexão. Você provavelmente já deve ter lido Drummond, pelo menos na escola. Um dos poemas mais famosos dele é “Quadrilha”. Sempre achei esse poema muito engraçado, mas nunca parei para pensar de verdade. Segue o poema:  João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Est...

     Faz dois dias que minha cachorrinha faleceu. Ela estava internada por um ferimento grave e não resistiu. Foram 15 anos ao lado dela. Eu tenho 19 anos então desde que eu me conheço por gente, ela estava lá. Minha parceira, confidente, amiga, que viveu do meu lado, me amando em meio todas as crises, por 15 anos.       Lembro-me até hoje do dia em que ela chegou... tão pequena, tão branquinha, quietinha, com os olhinhos demonstrando o carinho que ela podia dar. Minha madrinha veio trazê-la aqui em casa. Ela pegou a cachorrinha na mão e antes de me entregar, me deu três opções de nomes e eu teria que escolher um. Não me lembro dos nomes então vou considerar como opção a; b; e c. Eu pensei por uns dois segundos antes de responder, mas a palavra saiu tão naturalmente que era como se eu já soubesse o nome dela antes mesmo de saber falar. “D”, eu escolhi. A opção d, que na verdade não fazia parte das opções, era Susi. Minha madrinha perguntou: “Mas Sus...

     Eu estava andando pela cidade de Campinas, bem no centro. A rua ou o bairro são coisas das quais nunca fui bom em recordar. Parei em uma banca de jornais e comprei uma garrafinha de água para saciar minha sede. Eu estava me sentindo um tanto aflito. Me dirigi a uma praça que ficava logo em frente à banca.      Como uma atividade diária, eu sempre gostei de andar pela cidade durante minhas tardes e questionar tudo ao meu redor. Para isso, eu busco algum lugar calmo e silencioso, e começo com minhas indagações. A praça me pareceu o local perfeito. Foi exatamente em uma dessas minhas “tardes filosóficas” que me deparei com uma incrível reflexão, causada por uma fonte que eu nunca imaginaria: uma garotinha, provavelmente com seus quatro anos de idade.      Enquanto eu estava acomodado em meu lugar, uma moça de seus trinta ou quarenta anos, loira e alta, carregando a garotinha no colo, se sentou no banco logo atrás do meu. Não demorou mu...

     Hoje acordei com o som da chuva caindo no meu telhado, levantei, fui ao banheiro e sai. Gosto da chuva, mas me atrasa chegar ao trabalho em dia de semana, infelizmente acordei com o pé esquerdo. Demoro cerca de trinta minutos no máximo para chegar ao meu serviço, mas hoje levei cinquenta. Peguei a Marginal Tietê sentido Castelo Branco e a primeira coisa que me deparo é uma enorme quantidade de espuma no meio da rodovia. Quatro carros batidos. No momento fiquei pasmo, não basta à chuva tem que ter escuma também?!      Cheguei à empresa com vinte minutos de atraso, maldita escuma. Passei o dia pensando naquilo, queria ver se havia algo nos noticiários, mas nem no horário de almoço tive tempo. Voltando para casa já não tinha nada de espuma na Marginal e pude ir sem transito para casa, sem tumultuo.      Entrei em casa, jantei rapidamente, pois estava na hora do jornal, a primeira noticia que anunciaram foi o que me atrasou de manhã, d...

     Hoje, levantei antes do amanhecer e resolvi fazer uma caminhada e fui tomado pelos ventos da alvorada e suas reflexões. No caminho observei que a paisagem era acinzentada, coberta de blocos cinzentos. Lá estava eu, caminhando na imensa selva de pedra. Me lembrei das histórias que os velhos nostálgicos contavam sobre um mundo diferente, diziam que esse mundo era nossa casa, cheia de verde resplandecente e pensei em como este mundo hoje é diferente…ele está doente.      Pensei na imensa casa em que vivemos atualmente, o seu quintal e seu imenso jardim. E me deparei com o quintal e o jardim repleto de árvores e diversidade, sendo tragadas pelas fornalhas do desmatamento. Respirei, e pensei no pulmão do mundo contaminado pela fumaça tragada dos automóveis, como cinzas de cigarro. Descansei na beira do rio e observei as águas limpas e repletas de vida se tornando o banheiro e o esgoto desta enorme casa. Sonhei que os moradores dessa casa, também resolve...

     Em uma mesa de um restaurante qualquer eu estava tendo uma boníssima refeição. Meu paladar se deleitava com todos os sabores que lhe eram oferecidos pelos garçons que me serviam.       Primeiro veio uma picanha malpassada, que por sinal estava ótima, uma verdadeira obra prima. O sangue ainda escorria daquela bela peça artística preparada por um habilidoso chef. Logo depois, uma maminha na chapa que estava uma beleza. Que sabor! Quem diria que um boi poderia ser tão saboroso?! Seguindo o almoço, me serviram um delicioso baby beef. Estupendo! Que tempero!       Meu estômago me implorava para parar, mas minha boca ansiava por mais. Algumas carnes depois e eu logo pedi a conta. Mas não esqueci de agradecer o chef por aquela refeição memorável.       Saindo do restaurante, fui até meu carro. Um homem estava de pé na porta, segurando uma placa com os dizeres: “E ai? Gostou do almoço necrófago? ”. Era óbvio ...

     O inverno tá aí e é isso! Não tem como escapar. Dia 20 de junho começa oficialmente o inverno e já é possível sentir o friozinho. Pensando nisso, quero comentar duas coisas em específico: a natureza e a solidariedade.       Recentemente em minha cidade aconteceu uma catástrofe. Choveu tão forte que devastou vários pontos da cidade. Pessoas tiveram perdas enormes de bens. Muito trágico. Foi semana passada e até agora esse assunto predomina na boca do povo. Por onde quer que eu vá, as pessoas estão comentando sobre a tempestade e suas consequências. O mais incrível é que em todas essas conversas terá alguém para dizer: “e olha que nem é época de chuva”.       Não vivi muito, mas sei que, realmente, essa não é a época de chuvas. O clima global está mudando. Meus avós e os mais velhos que conheço repetem isso continuamente e acho que sabemos o motivo de toda essa mudança: aquecimento global, poluição, desmatamento, destruição ...

     Dias atrás, estava assistindo um documentário na televisão sobre algo que há muito tempo eu não ouvia falar, a bulimia. A última vez que estudei bulimia e anorexia eu estava no ensino fundamental e tínhamos que fazer um trabalho sobre o assunto. Na época em que desenvolvi o trabalho, não entendia o porquê aquilo era errado, pois por ser sempre mais gordinha que as minhas amigas, achava a bulimia algo atrativo. Nas pesquisas, via as postagens das bulímicas e das anoréxicas dizendo que se odiavam pelo que faziam, mas não conseguiam parar porque a pressão de serem vistas como "gordas" era sufocante. Outras diziam que o que elas viviam não era um distúrbio alimentar, mas sim um estilo de vida. Um estilo que elas escolheram por se acharem gordas, e se elas se achavam gordas, alguém ensinou isso a elas. Mas quem? Não acho que foi uma pessoa só, mas sim um conjunto de pessoas o qual chamamos de sociedade.       Mas por que cometer esses atos de anorex...

     Esse semestre, na faculdade, eu pude começar a fazer práticas de formação, que são matérias da minha escolha que contam como créditos obrigatórios para a conclusão do meu curso. Escolhi como primeira prática, uma matéria chamada neurociência e educação, sensacional, por sinal. Interesso-me muito pela área cerebral, gosto de responder meus porquês e o professor explica de uma forma onde o que é tão complexo, fica mais simples de entender. Na aula da semana passada, aprendi uma coisa muito importante que muitos já falavam, porém nunca achei que fosse algo comprovado cientificamente, a força do pensamento.       Enquanto pensamos, várias sinapses estão acontecendo, sendo sinapse a região muito próxima entre as estruturas de neurônios, onde ocorre a transmissão do impulso nervoso através de neurotransmissores. Não vou entrar muito em termos técnicos e detalhes até porque ainda estou aprendendo e não sou nenhuma especialista, mas basicamente esse pr...

     O sonho de muitas pessoas é conhecer o mundo. Viajar, conhecer culturas, povos e vidas diferentes. Ter experiências para compartilhar. Não apenas estar vivo, mas viver. Sebastião Salgado é um homem que sem dúvida concretizou esse sonho e suas experiências mudaram não somente a sua visão de vida, mas também a de muitos ao seu redor. Tal visão é mostrada com grande excelência através de suas obras e do documentário realizado em sua homenagem por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado: O sal da terra (The Salt of the Earth, 2014) .      Sebastião Ribeiro Salgado Júnior é um fotógrafo brasileiro, nascido em Minas Gerais, 1944. Casou-se com Lélia Wanick Salgado e teve dois filhos: Juliano Ribeiro Salgado e Rodrigo Salgado. Graduou-se em Economia, porém foi na fotografia que encontrou sua vocação. No documentário O sal da terra , temos a emocionante oportunidade de desfrutar de seu trabalho e ouvir seus próprios comentários sobre as experiências vivenciada...